Musicoterapia
A Voz Impresso | Série: 3 | Nº 37 | Outubro| 2021 | Autoria: Luís Alvares | Foto: Pexels | Desenho: José Serrão de Faria
Até o silêncio é um som
Luís Álvares
Ao lado da dança, pintura, teatro, canto, e outras mais, a música é uma arte, com visíveis efeitos terapêuticos. Reabilitam de um modo geral as pessoas que têm dificuldades em comunicar os seus sentimentos e as suas emoções, em suma, o que lhes vai na alma. Estudos científicos demonstram que, os sons ao acalmar os nossos estímulos, atenuam e podem até curar algumas doenças que possamos ter, e prevenindo a existência de outras.
Constatamos, que, paulatinamente em Portugal, se vai divulgando a terapia pela música, também chamada Musicoterapia, método este, de relaxamento há muito reconhecido em vários países. Todos nós, e cada um à sua medida, sabemos quão relaxante o é, enquanto executamos alguma tarefa, estarmos em reflexão com uma música de fundo.
A música, em contraste com o ruído, é o som que, de uma forma muito especial, mantém o corpo e o espírito em constante movimento. Este não é nem mais nem menos que o pulsar constante da vida. Além, de não nos cansar, serve de alimento espiritual, para enfrentar as vicissitudes tão presentes no nosso quotidiano.
É, evidente, que em certos momentos da nossa vida, cada um de nós tem necessidade de escutar uma música apropriada. É intrínseco, isto é, vem de dentro de nós para o exterior como uma determinada música ajudar-nos numa determinada altura, e talvez a mesma possa prejudicar- -nos noutra.
Como linguagem universal que é, a música tem o condão, em termos terapêuticos, de ser útil no tratamento de crianças autistas aquando perturbadas emocionalmente. Ajuda igualmente, a melhorar a coordenação motora de crianças com deficiências neurológicas, cegas, surdas, bem como os idosos, especial os doentes com Parkinson.
Cientistas estudiosos do nosso cérebro, o qual não posso esquecer e com muito orgulho o português António Damásio, concluíram que ouvir música desencadeia a produção de endorfinas, substâncias químicas produzidas pelo cérebro que funcionam como estimulante natural, e, consequentemente, melhora o estado de espírito. A música é uma das soluções contra a depressão, bem como contra uma série de dores físicas e espirituais, que nos vão acompanhando ao longo da nossa vida.
Um outro campo em que a musicoterapia é utilizada, e com resultados comprovados, situa-se nos casos de crianças hiperativas. Hoje em dia a hiperatividade é considerada uma perturbação de desenvolvimento extremamente comum. A música acalma estas crianças, ajuda-as a descontraírem-se e, acima de tudo, origina um aumento de concentração e confiança que se reflete na sua auto-estima.
Sabendo que, a audição é o primeiro sentido que o feto desenvolve, os seus ouvidos, ficam logo “preparados”, para o reconhecimento dos sons. Assim, o recém-nascido têm “necessidade” para o equilíbrio psico- -emocional, com a mãe, ouvir músicas, que criem uma atmosfera de paz, de modo a que o mesmo ou ambos, adormeçam facilmente, de forma eficaz.
Em jeito de conclusão podemos constatar que a musicoterapia, para além de estimular o bom humor, dá muito ânimo para enfrentar a ansiedade, o stress, as depressões e além disso ainda tem estas propriedades coadjuvantes dos “A’s” ,para a melhoria da nossa qualidade de vida, que eu próprio atrevidamente resumi, , a saber:
- Auxilia a expressão corporal
- Aumenta e monitoriza a capacidade respiratória
- Aprimoriza a coordenação motora
- Autonomiza a tensão arterial
- Alivia as dores de cabeça, as insónias e inquietações
- Atenua a hiperatividade
- Apoia nas depressões e ansiedades
- Ativa a qualidade de vida
- Ajuda a tolerar o tratamento de doenças cancerígenas
- Ameniza a suportar doenças crónicas Dito isto, só nos resta uma solução.
Ouvir muita música que se adapte aos nossos ouvidos e ao nosso espírito, de acordo com o momento e disposição em que encontrarmos.
Eu estou disposto a fazê-lo. O estimado leitor, acompanha-me?