Artérias e Lugares – Duas Ruas, uma família
Duas Ruas, uma família, Paço de Arcos
Numa breve introdução à Onomástica (do grego antigo ὀνομαστική, ato de nomear, dar nome) é o estudo dos nomes próprios e dentro desta a Toponímia (do gregos τόπος, “lugar”, e ὄνομα, “nome”, significando, portanto, “nome de lugar”) é a divisão da onomástica que estuda os nomes geográficos ou topônimos, ou seja, nomes próprios de artérias e lugares.
Sendo a toponímia do concelho, elemento fundamental de perpetuação da memória coletiva, e de existirem bastantes referências, que homenageiem e preservem para memória futura, a Individualidades naturais, ou residentes no concelho, foi apenas em 2013, a 12 de setembro, (Lei n.º 75/2013), que essa competência passou do Estado para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais, aprovando ainda o regime jurídico do associativismo autárquico, que atribui também às câmaras municipais a competência para estabelecer a denominação das ruas e praças das localidades e das povoações, após parecer da correspondente junta de freguesia. Criando, a partir de então, uma maior proximidade nas atuais e futuras atribuições de topónimos.
Rua Manuel Pinhanços
A toponímia atribuída à Rua Manuel Pinhanços, junto à Escola Básica integrada Joaquim de Barros, em Paço de Arcos, poderá não dizer muito aos atuais paço-arquenses, porque a sua justificação, a de Manuel Pinhanços ter cumprido várias comissões executivas durante a Primeira Guerra Mundial, já passou mais de um século.
Mas a história de Manuel Pinhanços, a sua ligação a Paço de Arcos, e a quantidade de atividades que exerceu em prol desta vila, são de tamanha importância, que será alvo de uma atenção e artigo dedicado, que em breve será publicado por este jornal.
Outro nome que, também, poderá não ser reconhecido à primeira, é o de José Manuel Maria da Conceição Pinhanços, nascido em Paço de Arcos, a 16 de novembro de 1931, no piso superior da casa da família, por cima da Casa dos Cacetes, por ser mais comum a referência nome artístico escolhido (em homenagem ao seu amigo, o médico, Ernesto Castro e Silva) pelo ator, José de Castro, nome que foi atribuído a uma artéria, que por curiosidade se junta no seu extremo sul com a rua referida no primeiro parágrafo em que é homenageado o seu avô, o republicano Manuel Pinhanços.
Rua José de Castro
Subindo a Rua José de Castro partindo do seu extremo sul, do cruzamento onde se situa a Escola de Condução de Paço de Arcos, acompanhamos, ao longo do todo seu trajeto, a poente, a Escola Básica Integrada Joaquim de Barros, situam-se a nascente a falésia deixada pela linha final de corte das antigas pedreiras de Paço de Arcos, de onde foi extraída pedra para a reconstrução de Lisboa, pós terramoto, incluindo o Arco do Triunfo da Rua Augusta e o Porto de Lisboa.
O seu ligeiro declive, constante, acompanha a suavidade da sua forma curva, e a quem a percorre, é possível ver a estrutura de betão onde outrora funcionou o SATU, com os seus enormes pilares fundeados junto ao trajeto a céu aberto da Ribeira de Paço de Arcos, a rua José de Castro termina, a norte, na ligação com a Avenida Elvira Velez, mas quem nela circula de automóvel, tem prioridade, neste entroncamento, bem sinalizado, mesmo mudando de rua, o que nem é percetível aos condutores.
É servida pela carreira 115 que faz o percurso: Oeiras (Estação) – Lisboa (Marquês de Pombal) e pela 158 com o percurso: Caxias (Quinta da Moura) – Lage (Centro),
Uma das riquezas desta rua, é ter, como poucas no concelho, árvores plantadas de um lado e de outro do asfalto, que lhe dão uma beleza singular e sombras que facilitam o caminhar a quem a percorre a pé, nomeadamente os muitos estudantes que frequentam as escolas localizadas nas proximidades.
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