os armários estão vazios eu parti, tu partiste, partimos elos quebrados forma e conteúdo desligados ponto final parágrafo de hoje em diante desasados os armários estão vazios do que fomos pouco encerram malas feitas, vidas desfeitas ocas do tempo que julgámos eterno agora a jurar promessas no inferno os armários estão vazios as paredes nuas, frias nas prateleiras resta o pó que connosco conviveu e a mesa partilhou arrelias, ténues alegrias guerras, tantas guerras a toda a hora, todos os dias os armários estão vazios o silêncio varreu esta casa sepulcral, integral resta o odor a bafio que até o ar foi a enterrar os armários estão vazios governa o escuro que a luz recusa-se a entrar é bom para os fantasmas dessa efémera paixão a que aqui jaz desde então nos armários, nas prateleiras, no chão. © Copyright Miguel Santos Teixeira (2013)
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