Viajava eu entre jornais de épocas retardadas revivendo outras jornadas de respeitáveis entes imortais. Tropecei no Grupo Orpheu em seus escritos, impressos, manuscritos reconstruí e devorei outros interditos passado de heterónimos versibilísticos, outros EU! Geração isorrítmica que manifestou sua alta chama e sua vincada crença elevada erudição de uma Presença páginas - companheiras que em tal saber nos ficou! Recordei então de novo Pessoa nesse choque de emoções devastadoras deixado para as gerações vindouras febre delirante em Reis ou Caeiro qu'inda soa! Com Cesário Verde, cantei Lisboa, porque Lisboa é cantante mesmo que em seu choque agreste de novecentos juventude dilacerada de tristezas e talentos entre o campo e a cidade vive errante! Depois misturei versos e telas que o tempo conservou em museus, estações, monumentos da memória dum Almada que também nos deixou história em geometrizados murais que então pintou! Ou então folheio Mário de Sá-Carneiro obra medida, rimada ou branca, mas também diversa onde há uma “Dispersão” feita de promessa que me chega em clamores de “fantasmas” “nevoeiro”! E conduzia-me o passado a tantos mais quase que em campa rasa hoje rebuscados retratos incertos agora retocados por vezes, cínica fama em frágeis pedestais! Seus textos são revolvidos, esquadrinhados ilustres amortalhados pela escuridão alguns, perseguidos por seus rasgos de razão postos aos ombros por uns ou então crucificados! O modernismo foi fermentado nesta ingratidão em que os de Orpheu deixaram lutas e fervor onde encontro páginas e páginas de revolta e dor viris denúncias... que valem o que valem... que são o que são!
Lisboa, Martinho da Arcada, 1997
Mário Matta e Silva
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