Editorial – Edição 47 de 07/23
O Concurso de Fotografia “Oeiras 2023”, promovido pela Associação Cultural “A Voz de Paço de Arcos”, decorrerá entre 16 de julho e 25 de outubro, no foco estarão o património de herança cultural e a paisagem deste concelho. O nome do Município e da sua vila sede, têm origem nos termos romanos “eiras” (terras aráveis) ou aurarias (terras com ouro), território hoje comprometido por um modelo de desenvolvimento apresentado como sustentável, mas que nos interroga, quando se vê as transformações no território pelas mudanças dos usos do solo.
Essa frenética tentativa de pensar como cidade, um concelho composto por sete vilas, numa “encosta virada para o Tejo, na terra que sempre foi fértil, sacudida pelo vento que nos é típico”(1), tem elencado uma maior participação cívica por parte dos oeirenses, tanto nas assembleias municipais como na criação e dinamização de comissões e associações de moradores. São exemplo disso a Associação Moradores da Pedreira Italiana, a da Tapada do Mocho, de Miraflores ou a dos moradores em redor do Espargal, que tentam dinamizar e propor soluções locais, em que os habitantes sejam ouvidos e com isso se tornem mais inclusivas.
O projeto de intervenção comunitária, Casa de São Bento, em Caxias, cativou o artista português Richie Campbell, que, num gesto solidário, doou parte do seu cachet da sua participação no encerramento das Festas de Oeiras.
O veículo ROV Luso e Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental sediada em Paço de Arcos passaram a ser, finalmente notícia, e serão artigo numa próxima edição. Para estes meses mais quentes, desejamos a todos um merecido descanso e um bom regresso às festas mais aguardadas de Paço de Arcos, não sabendo, ao dia de saída desta edição, o calendário das tradicionais Festas em Honra do Senhor Jesus dos Navegantes sempre marcadas pelas vertentes religiosa e profana. Sabemos apenas que o histórico pavilhão do Jardim estará ainda em remodelação e iremos entender a dinâmica da área outrora ocupada pelo rinque original do CDPA- Rinque Leocádio Pórcio.
Um dos maiores heróis nacionais, o benemérito Patrão Joaquim Lopes, nascido em Olhão, mas radicado em Paço de Arcos, onde se notabilizou, será como sempre homenageado, o seu busto, com as medalhas de mérito que em vida recebeu, fará este ano um século e desde 1964 mantem o olhar sobre a barra do Tejo, onde, com alma de lobo do mar, mais de cinquenta embarcações socorreu e centenas de vidas salvou. Espaço ainda, nesta edição, para as cartas ao editor, que serão sempre bem vindas e publicadas quando, como é o caso, forem relevantes.
(1) texto extraído de https://www.oeiras.pt/villa-oeiras (2023) Rui Veiga