Somos todos pessoas
Todos descendemos do homosapiens sapiens (Cromagnon e nalguns casos de Neanderthal). Nisso parece não haver dúvidas. Elas, as dúvidas, surgem quando pensamos de qual maneira fomos progredindo desde essa altura até à atualidade.
Fazíamo-nos entender por grunhidos? Possivelmente sim.
Talvez fosse engraçado imaginar um diálogo entre um casal de humanos dessa época, depois de traduzidos evidentemente para a nossa linguagem.
Seria talvez assim:
– Vais caçar, estupor?
– Sim.
– Vem antes do pôr-do-sol, porque não tenho quem me fique com as crianças. Além disso é perigoso andar por aí com tantos animais selvagens.
– Não tenho satisfações a dar-te!
– As crianças não comem há muito tempo.
– Lá estás tu com as crianças, caramba! Eu também não como há muito tempo. Nem comida nem o resto!
Como a imaginação não tem limites, possivelmente o diálogo entre o casal não era nada disto. Mas poderia ser.
Teriam alguma moral? Moralidade cristã não existia com certeza.
Possivelmente andava tudo à batatada, mas davam-se bem porque ainda não havia nem política, nem moral, nem religião, muito menos futebol.
Veio o Adão, veio a Eva, Caim e depois Abel. Esses já se começaram a dar mal porque o Caim matou Abel como sabemos.
Vieram as diversas religiões, cada qual prometia mais do que a outra e as pessoas iam escolhendo a que mais lhe convinha. Ou por outra, alguém a escolhia para um determinado grupo de pessoas, Chegámos a um ponto que, entre o medo da morte e a vontade de agradar aos deuses quase tudo era permitido. E assistiu-se aí a uma grande arrabaldaria.
Veio Cristo, uma pessoa igual a tantas outras. Só que tinha a capacidade de fazer milagres. O Cristianismo como esteiro de um rio, foi desaguar numa quantidade incomensurável de estuários, que deram origem a grupos de pessoas totalmente diferenciadas e formatadas. Sim, formatadas.
Hoje, com a tecnologia de ponta e a internet , podemos dizer que estamos todos completamente formatados dentro de normas muito rígidas. Os idosos são os que mais sofrem com isto. No entanto, como estamos em democracia, aceitamos tudo. Vá-se lá compreender isto!
Antonieta Barata
3-08-2022