Fragmentos
Mário Matta e Silva – 20 de Fevereiro de 2022
1 Andam palavras ocas no ar Que já não nos alimentam E na aragem há lamentos Que vêm desassossegar. 2 Na hora crepuscular Avançam nuvens pesadas Que trazem a nostalgia E chuviscos a bailar. 3 Nos dias p’ra semear As terras fêmeas, aráveis Na seca dias instáveis Na ânsia de bem lavrar. 4 Quanta coisa p'ra recordar Nessa saudade dos montes Altos, cobertos de neve Prontos para deslumbrar. 5 Nas cidades é o labutar Labiríntico, delirante Com sociais desatinos E uma pobreza a sangrar. 6 Cresce a luta para vingar Esta relação terrena Que se entranha pelo corpo Para a mente registar. 7 E o tempo vem apressar As rugas vincando a tez Ou as cãs próprias d’idade Que a alma tem de aceitar.