Já está longe o tempo doutro teclado
Coisa antiga, a máquina de escrever
Tão ligada à escrita, a sobreviver
Nas nossas recordações, tempo passado.
Tec, tec, tec… letra a letra do abecedário
Coisa maravilhosa onde soletrar
Tec, tec, tec… toca a rodar
Compor um verso, no nosso itinerário.
Tec, tec, tec… ressss, ressss, terriim
Máquina dos meus velhos escritos
Para escritores, poetas, eruditos
Romances enredados até ao seu fim.
Tec, tec, tec… rolo onde iam batendo
Todas as letras do abecedário
Dactilografia, esse outro trabalho diário
Ressss, terrim, terrim, na folha correndo.
Tec, tec, tec, escrita prós jornais
E contra a censura, toca a teclar
Vem o lápis azul, mas há que tentar
Ressss, terrim, letras de canções e de jograis.
Tec, tec, tec, hoje a liberdade
Da escrita falando do passado, hora a hora
Já lá vai o tempo, velha máquina que chora
A vinda do computador, outra realidade.